Entrevista. Luca Laffi O Chef do La Corte conta sua história. ~ Forno, Fogão, Cia & Receitas

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Entrevista. Luca Laffi O Chef do La Corte conta sua história.

Luca Laffi o Chef Executivo do La Corte em Paris nos conta sua história profissional e mostra seu talento com uma de suas criações.
Confira a entrevista na integra e a receita do Taglato e la sua Rucola e Parmigiano Rivisitata.

Chef Marcelo:
Após o início de sua carreira profissional e tendo passado por boas experiências em hotéis, o senhor queria buscar uma oportunidade fora da Itália, conte-nos mais sobre esse início de carreira do jovem Chef de 18 anos e o que o senhor esperava aprender?

Chef Laffi:
Com a idade de 18 depois de terminar os meus estudos com a minha licenciatura em gerenciamento de alimentos e bebidas, eu fui chamado para trabalhar no Japão, mas meus pais não aceitaram bem a possibilidade de ter seu filho tão distante e não me permitiram ir, por isso, depois do meu serviço militar, eu aceito a oferta de Enzo Barone para começar a aventura do Restaurante LaCorte em Paris, como Chef de cozinha. Passei minha primeira experiência como Prima Autrice dos melhores Hotelier.
Chegando a Paris, o começo de uma aventura que iria durar por alguns anos, mas ainda continua.

Chef Marcelo:
Em 1996 quando o senhor ainda estava trabalhando nos hotéis Raffaelli e Hotel Royal Viareggio, porque considera que já era tarde para aprender o básico da cozinha italiana e desenvolver o amor pelas massas, molhos e uma paixão única pelas recepções de buffet?

Chef Laffi:
Em 1996, durante a minha primeira temporada na ilustre cidade litorânea de Forte Dei Marmi na Toscana, com a ajuda de Simi Alfredo, comecei a encontrar um amor especial por buffet e recepção, trabalhei como segundo Chef de Partie e na preparação da Garde Manger para Hotel Raffaelli, e em seguida fui trabalhar no Best Western Royal Viareggio, não houve muito tempo para aprender.

Chef Marcelo:
Em Outubro de 2000, o senhor começa sua carreira no LaCorte, lá o senhor continuou a desenvolver sua paixão pela culinária, o que mais o impulsionou a alcançar seus objetivos?

Chef Laffi:
Em 2000, quando comecei no LaCorte em Paris, eu desenvolvi meu conhecimento culinário, era um desafio inovar todos os dias para levar o prazer, o amor e a paixão pela cozinha aos clientes, inicialmente graças ao conselho e a confiança de Enzo Barone eu aprendi os primeiros passos de ser Chef e já no primeiro ano, ele me deu “carta branca” para desenvolver minha cozinha e minhas ideias.

Chef Marcelo:
Quando se tornou Chef Executivo e começou a desenvolver seus cardápios com influências da sua cultura toscana, quais foram os principais ingredientes que você introduziu?


Chef Laffi:
A partir do segundo ano, já como Chef executivo, comecei a trabalhar com os produtos nobres como o Porcini Toscano, Trufa Branca de Alba e a lagosta bretã e produtos pertencentes à culinária napolitana do meu empregador, de modo que aprendi a trabalhar o produto cru como Mozzarella de Búfala da Campane, a Burrata Puglesi, usando-as em meus pratos quentes com uma nota da Trufa Negra de San Miniature.

Chef Marcelo:
Ao perceber que seu cardápio estava à altura de clientes VIP, quais foram as modificações que teve de implantar para chegar a top?

Chef Laffi:
Tenho a sorte de cozinhar para VIPs, políticos, advogados, jornalistas, desportistas, atores, adaptei minha cozinha para atender aos hábitos alimentares de cada pessoa me tornando quase um Personal Chef no restaurante para cada cliente, que tem a oportunidade de solicitar modificações especiais, desde que eu não tenha que cozinhar com antecedência e graças a isso, me tornei um Maître Restaurateur.

Chef Marcelo:
A escolha dos ingredientes de alta qualidade é feita por você pessoalmente para as criações do cardápio?

Chef Laffi:
A escolha dos ingredientes especiais é feita por mim, em colaboração com o meu chefe e amigo Enzo Barone, no entanto, eu dou preferência para produtos frescos sazonais.

Chef Marcelo:
Como você comanda sua equipe, ela é para você como uma grande família?

Chef Laffi:
Nossa cozinha é para mim e Enzo uma grande família, temos o respeito por cada pessoa que trabalha aqui, as ordens são dadas apenas durante o serviço, para manter uma coordenação do salão e da cozinha.

Chef Marcelo:
Como é encarar as personalidades da sociedade francesa que frequentam o LaCorte, você é chamado nas mesas para receber os cumprimentos e conversar?

Chef Laffi:
As personalidades que frequentam o LaCorte se sentem como em casa, não costumam fazer pedidos para fotos ou autógrafos, às vezes nos pedem para tirar uma foto comigo ou com a equipe porque eles adoram a atmosfera e comida.

Chef Marcelo:
Seu mais novo projeto o site: cucinaecompagnia.com em breve estará no ar, quais são as suas expectativas?

Chef Laffi:
Minha expectativa é a de ser capaz de expor as minhas receitas, o meu trabalho, dando dicas de culinária, bem como, promover as receitas de pessoas que compartilham comigo as receitas de família, destacar os pequenos produtores de produtos locais e colocar minha opinião em relação a outros Chef’s.

Chef Marcelo:
O senhor mantém ainda um sonho guardado que é o de “liderar a cozinha de um grande hotel”, se o senhor tivesse essa oportunidade agora, o senhor iria concretizar seu sonho?

Chef Laffi:
Sempre tive o sonho de dirigir a cozinha de um grande hotel no mundo, especialmente, na América, porque eu quero levar a minha arte e conhecer outras do outro lado do Atlântico, conhecendo outros profissionais com a mentalidade americana que eu adoro para trabalhar, produzir e compartilhar meu conhecimento com os Chef’s e espero ter uma oportunidade de concretizar o meu sonho.

Chef Marcelo:
Ao longo de sua carreira de sucesso o senhor alimentou outros sonhos, quais já são realidade e quais ainda serão realizados?

Chef Laffi:
Sim, eu tenho outro sonho que é abrir um restaurante gourmet e me dedicar para alcançar sucesso e poder compartilhá-lo com a minha família.

Chef Marcelo:
Por favor, poderia nos contar um pouco sobre uma das suas criações a “Taglato Di Manzo” e nos revelar a receita?

Chef Laffi:
É uma receita maravilhosa vou revelar a você a receita do Taglato e la sua Rucola e Parmigiano Rivisitata

Ingredientes para duas Pessoas:
280 g de Filé Mignon
20 g de Rúcula
15 g de Parmigiano Reggiano temperado e envelhecido por 36 meses
250 ml de Azeite extra virgem
250 ml de Água
150 ml de Creme de Leite
0,25 g de Agar Agar
0,35 g Goma Xantana
Ramos de Alecrim
Sal e Pimenta a gosto
Preparo:
Faça uma panna cotta com o parmigiano, o creme de leite, o Agar Agar e pimenta, reserve sob refrigeração;
Coloque a rúcula o azeite a água e a goma xantana do liquidificador tempere com sal e pimenta e emulsione, reserve em um saco de confeiteiro sob refrigeração;
Cozinhe o filé em uma panela com o restante do azeite e alecrim ao ponto, corte em fatias e tempere com o azeite de alecrim;
Montagem:
Em uma placa de ardósia disponha um pouco do azeite de alecrim, coloque as fatias de filé sobre este azeite, coloque a panna cotta e sobre ela a emulsão de rúcula, decore com folhas de mini rúcula e pétalas de flores comestíveis e alecrim.

Chef Marcelo:
Você conhece a culinária brasileira praticada por imigrantes e descendentes de italianos?

Chef Laffi:
Conheço bem pouco sobre a cozinha brasileira praticada por descendentes italianos, sei apenas alguns pratos adaptados da cultura latina pelo Chef Don Fabrizio.

Chef Marcelo:
O senhor tem planos de vir ao Brasil para conhecer nossa gastronomia?

Chef Laffi:
Se eu tiver a sorte de encontrar um trabalho em Miami ou Nova York ou em outro lugar nos Estados Unidos, eu não excluiria uma oferta para fazer um intercâmbio cultural culinário no Brasil com os Chefs brasileiros.

Chef Marcelo:
Para encerrar, qual é a sua opinião sobre a gastronomia atual?

Chef Laffi:

Minha opinião em relação a gastronomia atual é muito negativa, porque se destrói produtos de época e frescos, usando muita química, tentando fazer comida de forma rápida e barata, mas, isso não é barato e não é muito rápido e nem bom para a saúde, mas, não critico a comida de rua ao utilizar produtos de primeira qualidade, a questão é o preço se justifica avidamente pela qualidade do produto.