Azeites. ~ Forno, Fogão, Cia & Receitas

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Azeites.

Existem diversos tipos, milhares de marcas, muitas origens e mitos intermináveis.

Pesquisas já apontaram que os azeites podem ser o elixir da juventude e longevidade.

Origem:
Usualmente, o termo azeite refere-se ao produto alimentar, usado como tempero, produzido a partir da azeitona, fruto advindo das oliveiras (em outros contextos, pode também se tratar de óleos produzidos a partir de outras plantas). O azeite é um alimento antigo, clássico da culinária contemporânea, regular na dieta mediterrânea e nos dias atuais presente em grande parte das cozinhas.

A origem da oliveira, na sua forma primitiva, remonta à Era Terciária, anterior portanto, ao aparecimento do homem e se situa na Ásia Menor, provavelmente na Síria ou na Palestina, regiões
onde foram descobertos vestígios de instalações de produção de azeite e fragmentos de vasos datados do começo da Idade do Bronze. 
Contudo, em toda a bacia do Mediterrâneo foram encontradas folhas de oliveira fossilizadas, datadas do Paleolítico e do Neolítico, sendo também pesquisada a sua origem ao sul do Cáucaso, nos altos planos do Irã. 
Por volta de 3000 anos antes de Cristo, a oliveira já seria cultivada por todo o Crescente Fértil. Sabe-se, no entanto, que há mais de 6 mil anos, o azeite era usado pelos povos da Mesopotâmia como um protetor do frio e para o enfrentamento das batalhas, ocasiões em que as pessoas se untavam dele.

A propagação da cultura do azeite pelas demais regiões mediterrâneas provavelmente deve ter ocorrido por meio dos fenícios e dos gregos. Assim, já na Grécia antiga se cultivava a oliveira, bem como a vinha e desde o século VII a.C., o óleo de oliva começou a ser investigado pelos filósofos, médicos e historiadores da época em razão de suas propriedades benéficas ao ser humano.

Os gregos e os romanos sem dúvida descobriram várias aplicações do azeite, com suas múltiplas utilizações na culinária, como medicamento, unguento ou bálsamo, perfume, combustível para iluminação, lubrificante de alfaias e impermeabilizante de tecidos.

Além disso, o azeite é mencionado em quase todas as religiões da Antiguidade, havendo inúmeras lendas e mitos a respeito. Muitas vezes a oliveira era considerada símbolo de sabedoria, paz, abundância e glória para os povos.

Os benefícios para a saúde:
O azeite de oliva possui várias substancias benéficas à saúde. Ele pode reduzir a quantidade de LDL (mau colesterol) do organismo, devido a sua grande quantidade de gordura monoinsaturada, o fator importante é que essa gordura não se transforma em colesterol. Esse fator reduz o risco de infarto ou AVC, uma vez que o consumo regular do azeite de oliva reduz a formação de placas de ateroma nas paredes dos vasos sanguíneos.

Outro fator importante para a saúde é que o azeite de oliva previne oxidações biológicas porque é rico em polifenóis, que reduzem a formação de radicais livres. Cientistas observaram que os povos das regiões do mediterrâneo tem vida mais saudável com baixo nível de infarto e câncer, por esses povos serem os maiores consumidores do azeite de oliva, e outras substâncias de uma dieta saudável, como peixes e verduras.

Utilização: 
O azeite é hoje o ingrediente mais conhecido e utilizado em todas as cozinhas do mundo, exceto nas cozinhas orientais chinesa, japonesa e coreana, nessas cozinhas são utilizados outros tipos e óleos estratificados de diversos tipos de origens como: plantas, raízes, minerais ou até animais que de alguma forma também podem ser considerados substitutos dos azeites.

A forma de usar varia da mais simples adição do azeite para temperar uma salada até usá-lo como ingrediente principal em uma receita.

O azeite é classificado de diversas formas: por seu teor acidez, por seu tipo de extração, por sua coloração, por sua utilização e até por composição com outros ingredientes através de um processo chamado de saborização ou aromatização.

Abaixo uma tabela explicativa com a classificação por tipo de extração, métodos de envasamento, utilização e conservação:
TIPO DE AZEITE
ENVASAMENTO
UTILIZAÇÃO
CONSERVAÇÃO
CRÚ
Tonéis/ bombonas sem transparências
Uso exclusivo para tempero não pode sofrer aquecimento
Manter ao abrigo de luz e calor max. 18º
EXTRA-VIRGEM 1ª PRESSÃO
Garrafas escuras com pouca transparência
Uso em temperos, preparações, marinadas, **finalizações pode sofrer aquecimento máximo de 40º
Manter ao abrigo da luz e calor max. 25º
EXTRA-VIRGEM
2ª PRESSÃO
Garrafas esverdeadas
Uso em temperos, preparações, marinadas, **finalizações pode sofrer aquecimento máximo de 40º
Manter ao abrigo da luz e calor max. De 25 à 29º
EXTRA-VIRGEM
FILTRADO
Garrafas esverdeadas ou transparentes
Uso em temperos, preparações, marinadas, **finalizações pode sofrer aquecimento máximo de 55º
Manter ao abrigo da luz e calor max. De 25 à 29º
VIRGEM
Garrafas esverdeadas ou transparentes
Uso em temperos, preparações, marinadas, *saborizações, **finalizações pode sofrer aquecimento máximo de 65 à 80º
Manter ao abrigo da luz e calor max. De 25 à 29º
COMUM
Garrafas transparentes
Uso em temperos, preparações, marinadas, *saborizações, **finalizações pode sofrer aquecimento de 100º ou mais
Manter ao abrigo da luz e calor max. Até 35º

*Saborização; de um azeite é, leva-lo ao fogo brando cerca de 5 minutos à temperatura máxima de 55º, juntamente com uma erva ou semente ou trufas, resfria-lo e envasa-lo novamente para uso, sua conservação após o processo deve seguir os padrões do azeite extra-virgem de 1ª pressão.
**Finalização; de um prato quente ou alimento é despejar um fio ou mais do azeite, fazendo com que seu aroma, cor e sabor se sobressaiam, devido ao contato do azeite frio com o alimento em alta temperatura.

Receita para saborizar ou aromatizar azeites:

Utilize apenas os tipos extra-virgens de 1ª pressão, extra-virgens de 2ª pressão ou extra-virgens filtrados para saborizar ou aromatizar, levando em consideração a temperatura máxima a que cada tipo pode ser exposto de acordo com a tabela;

Escolha o ingrediente de composição com o qual pretende dar ao azeite aroma, sabor ou ambos;

Leve ao fogo brando o tipo de azeite escolhido com o ingrediente imerso em uma panela e use um termômetro para controlar a temperatura;

Nunca ultrapasse o tempo de exposição que deve ser no máximo de 5 minutos;

Resfrie naturalmente o azeite com o ingrediente imerso, transfira para uma garrafa de vidro e mantenha de acordo com o critério de conservação do tipo extra-virgem de 1ª pressão, para obter o melhor resultado;
Utilize em finalizações e preparações as quais queira dar um toque todo especial.

Observe constantemente o azeite após a saborização ou aromatização pois, seu tempo de vida dependerá do estado de conservação do ingrediente imerso nele, se verificar fungos ou outra anormalidade ou ainda turbidez dispense o produto. Mesmo após a saborização ou aromatização o azeite deve conservar sua limpidez.

Saborize ou aromatize o seu azeite, é muito simples, rápido e fácil, lembre-se de ter também azeites especiais para usar em todos os tipos de preparações.